terça-feira, 3 de agosto de 2010

A LIÇÃO DO CARVÃO

O pequeno Zeca entra em casa, após a aula,  batendo fortes os seus pés no assoalho da casa. Seu pai, que estava indo para o  quintal para fazer
alguns serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para  uma
conversa...
Zeca, de oito anos de idade, acompanha-o  desconfiado.
Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala  irritado:
-  Pai estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito isso comigo.
Desejo tudo de ruim para ele. Quero  matar esse cara!
Seu pai, um homem  simples, mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o
filho que continua a  reclamar:
- O  Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito isso! Gostaria que ele  ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até  um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até o fundo do  quintal e o menino o
acompanhou calado.
Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que  ele pudesse fazer uma
pergunta, o pai lhe propõe algo:
 - Filho, faz de conta que  aquela camisa branquinha que está secando no
varal é o seu amigo Juca e cada  pedaço de carvão é um mau pensamento seu endereçado a ele. Quero que você jogue  todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver  como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira  divertida e pôs mãos à obra.
O varal  com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo.
Uma hora se passou e o menino  terminou a tarefa. O pai, que espiava tudo de longe, aproxima-se do menino e lhe  pergunta:
- Filho como está se sentindo agora?
- Estou cansado, mas estou alegre porque  acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela
brincadeira, e carinhoso lhe fala:
- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto  e é colocado na frente de um grande
espelho onde pode ver seu corpo todo.
Que susto! Só se conseguia enxergar  seus dentes e os olhinhos.
O pai,  então, lhe diz ternamente:
- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só  para você.
O mau que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais  que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos.

Moral da história:  Cuidado com seus  pensamentos; eles se transformam em palavras.
Cuidado com suas palavras; elas se transformam em ações.
Cuidados com suas ações; elas se transformam  em hábitos.
Cuidado com seus hábitos;  eles moldam o seu caráter.
Cuidado  com seu caráter; ele controla o seu destino.

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